terça-feira, 13 de março de 2012

O rato. *

Eu estava num sonho profundo e não pensava sobre nada. Nada era, naquele estado em que você não está consciente e não sabe nem ao menos quem e nem o que é.
 Eu flutuava com o corpo em meu colchão que ficava sobre o assoalho mesmo , sem nenhuma proteção contra a umidade.
Estava longe e há muito tempo , disso sabia pela medida de tempo do evento do despertar, mas uma música ao longe me puxava de volta. Não sei porque exatamente essa música, dessa cantora, e apenas esse verso. Apenas ouvia o verso se repetindo e se repetindo. Na verdade me lembro ainda de querer ouvir melhor a música e ver de onde vinha.
"...Fura o dedo e faz um pacto comigo... Fura o dedo e faz um pacto comigo... Fura o dedo e faz um pacto comigo..."
 Repentinamente acordei e meu dedo pingava sangue.
 Confuso me levantei do colchão e pulei do leito.
- Tem um rato no meu quarto!!!
 O rato ainda estava ali. Afastei o colchão . Minha mãe percebeu a situação ficou de pé em sua própria cama. Gritava -Mata!!! Mata!!!  Mas eu sou pacifista, não ia matar o bicho por nada. Hoje dou risada ao pensar no cara (devia estar com fome e eu dormi com a mão suja de alguma comida...) e minha mãe gritando.
 Minha mãe pulou da cama e foi para o corredor para pegar a vassoura. Fui até a janela e a abri de vez , pois estava apenas com a frestinha, que permitiu a entrada do camundongo, aberta.
Parece que o carinha entendeu a deixa e pulou detrás do guarda roupas pela janela.
Fui cuidar do dedo e pensei -Agora tenho que ir na merda do hospital... - e aí parou de sangrar. Fui me vestindo. Anotei na agenda. Manter a janela fechada ou comprar um cama. (Comprei a cama, depois.)


*Esta história é baseada em fatos e baseados reais. Qualquer semelhança com qualquer pessoa normal seria mera identificação de possibilidades. Qualquer dúvida pergunte ao rato.

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