quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Essas coisas...

tem que mergulhar no papel. morder um pedaço da bolha de sabão. cortar o filé de asa de borboleta com as unhas. essas coisas...

Amiiigaaaaaa!

Como chamavam aquela sua amiga que traía todos os namorados?
Chamavam de "amor", até descobrirem. Depois, " aquela traidora" se tornava seu segundo nome, por convenção.
Seu nome não podia ser mencionado entre uma boa dúzia de "ex-cornos" e chamava a toda a concorrência de "Amiiiigaaaaa!" , que acabou se tornando seu primeiro nome. "A Amiga, aquela traidora?", era assim que a chamavam , por fim...

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

maleducado

sou como qualquer ser humano em seu orgulho incompleto, mal educado e não tolero falta de educação...

Um fio.

O diâmetro de um fio cortado com a medida da espessura da parede de uma bolha de sabão.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Monte-o

Não importa o quão assustadora seja sua compulsão, você terá que enfrentá-la.
O quebra-cabeças premonitório é infalível, irresistível.
 Monte-o.
Você se voluntariou para isso, desde o início.
Em sonhos e desejos proibidos.
 Veja a imagem final em sua mente.
 Se espante com ela.
Mas continue montando-o.
 Rumo ao descortinar da perfeição, na paciência e na persistência.
E ao fim, encare sua morte perfeita. Regozije-se de ter conseguido.
Se possível , sinta essa alegria misturada ao horror da imagem que vai mostrando, a cada peça, em seus detalhes minuciosos e fatais.
Segure a última peça com emoção ímpar.
 Até escolha qual será, antes , se quiser.
 Mas lembre-se.
É um quebra-cabeças premonitório e fatal.
No início, você imagina que não será tão ruim assim.
Ao ver a imagem final, em sua mente, você estremece.
 Ao completar, se alegra por ter feito a tempo.
Mesmo ante ao seu pior pesadelo.
 Feliz por conseguir acordar.
E depois , ao fim.
Você morre.
Monte-o.
Rápido!

ARREBOL!

NÃO HÁ FELICIDADE NAQUILO QUE SE ESPERA , NEM NO ESPERAR, MAS APENAS NO PRESENTE.
QUAL A IMPERFEIÇÃO QUE COMPLETA A IMAGEM PERFEITA COMO FUNDO E CONTRASTE. DANDO ÊNFASE AO MOVIMENTO DA ATENÇÃO DAQUELES QUE OBSERVAM A PAISAGEM, COM LUZ, TRAÇOS, ESMAECIMENTOS E DIREÇÕES NATURALMENTE FORJADAS ÀS MINÚCIAS DO VENTO.
QUAL A TERRA QUE DESAPARECE ANTE AS CORES DO PÔR E DO NASCER DO SOL, ANTE AO CALEIDOSCÓPIO FLUIDO DO ARREBOL PSICODÉLICO, QUASE ESTÁTICO. LENTO E IMPLACÁVEL.
O ARREBOL ANTI-AURORA BOREAL DIÁRIO E COMUM DAS TARDES DE POUCAS NUVENS, MAS COM COLORIDO, SEMPRE ÚNICO, EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO. VIOLÁCEO. PURPÚREO. ALARANJADO. DOURADO, E BRANCO. E CINZA. E NEGRO. LANCINANTE AOS SENTIDOS. ARREBATADOR AO OLHAR.
E TUDO AQUILO NÃO EXISTE COMPARADO AO UNIVERSO. É UMA CAMADA FINA, COMO UMA UNHA, SE COMPARADA AO PRÓPRIO PLANETA, OU A UM ASTRO MAIOR. FEITA DE GASES E IMPACTOS INVISÍVEIS ENTRE MICROPARTÍCULAS DE MUITAS COISAS E LUZ. REFRAÇÃO CAÓTICA, MAS COM CÁLCULO PRECISO. NUNCA IGUAL. NUNCA DIFERENTE. PERFEIÇÃO DIÁRIA. COMO NOSSOS SONHOS. DESVANECENTES E ESSENCIAIS PERFEIÇÕES QUE SE COMPLETAM NA MERDA! A PROVA DE QUE VOCÊ COMEU, E MUITO. A PERFEIÇÃO DO PRESENTE! ARREBOL! ARREBOL! RARIBOL DO ARREBOL INTERGALÁCTICO!
VIVAAAAAA!!!
AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A realidade nos inquerindo

Humanos. Quanto mais nos cremos, mais nos decepcionamos. 
Mas se não nos cremos tanto, é até engraçadinho,
Ver a realidade nos inquerindo a humanidade uns aos outros.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Câmxra

Eu também sou uma câmera e uma câmara. Sorria e respeite.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

cAMINHO DAS PEDRAS

Eles ensinam o caminho das pedras, mas não mencionam que as pedras não queriam fazer parte do caminho em que foram sequestradas, pra cobrir nossas estradas.
E não recordam do ruído estrondoso da explosão do nitrato de potássio com enxofre e carvão.
E como as pedras se explodiam, e em pedaços, marteladas, se tornavam em peças imperfeitas com formatos imprecisos como nossas ilusões.
Encaixadas como quebra-cabeças, não mencionam, enquanto deitadas, as cabeças, mãos e corações que se tornaram em pedras, para sua construção.
Nas encostas, as feridas clamam, abertas, pelas sua entranhas explodidas. E enviam espectros e sons como lamentos e uivos fantasmagóricos pelos caminhos, que formados por suas partes, ao mesmo tempo que a espalhavam muito além da estática posição natural, sua marca na realidade, sua composição molecular no tempo e no espaço. Também levavam seus filhos tornados em pó, brita e paralepípedos.
 Muitos que acabarão soterrados ou amalgamados, e sepultados sob o acabamento aparente , massa e tinta.
Os corações e mentes, tornados em pedras, fizeram pontes, mas muito mais que isto fizeram muros, muralhas, barreiras para água, para animais, e para os próprios humanos que os constroem. Para que os muros, frios e que não respeitam emoções ou necessidades que sejam alheias ao desejo de seus amos e senhores, ditem por onde e até onde podem ir.
 Também se tornou necessário, e alvo de admiração, que alguns que vivem ás margens dos caminhos das pedras, que tomassem daquilo que restara de suas mãos , mentes e corações, e tornasse em ornamento para as paredes, muros, e até mesmo muralhas. Porque não é , e nunca será suficiente, ou mesmo admitido como presente, nunca sendo mencionado, o som das batidas, máquinas, rodas, animais, pólvora e dinamite em explosões quase vulcânicas, que permanecem e ecoam na pedras dos caminhos de todos os lugares dizendo :
-NÃO! NÃO! MIL VEZES NÃO!  ESTE NÃO É O CAMINHO DAS PEDRAS!
Não é o caminho das pedras, o subir apenas em explosões artificiais, ou como combustível para os foguetes!
 Não é o caminho das pedras aceitar apenas a queda, o ser atirado ou empilhado, o chute e até mesmo o duro, porém necessário golpe do cinzel. ( Ao menos aí o coração de pedra fica na pedra, que se torna quase humana, com vida quase que valorizada, já que o preço mostra que ainda não se conhece seu valor absolutamente inegociável, como síntese da perfeita interação do homem com a pedra, não para desfigurá-la, mas para torná-la semelhante a si, e mais próxima da compreensão de nossa própria natureza. Esculpe-se a si mesmo, o humano, naquilo que se esculpe. Na escultura.)
O caminho das pedras é para o alto! Através de milhares e milhões de anos, se apoiando no magma que nada mais é que as próprias pedras em calor, pureza , pressão, dança e ebulição! AMOR! O caminho das pedras é erguer ilhas nos oceanos! E colunas de gases maiores que qualquer estrutura que já erguemos com elas! Sua poeira vai do saara à américa! Das camadas mais altas, até as cidades que jazerão cobertas de chuvas de cinzas! Até mesmo deixando-nos como estátuas naturais inertes, em cidades inteiras de cadáveres mumificados em pedra, e cabeças explodidas, como em Pompéia e suas cidades vizinhas jazeram sob o Vesúvio. O caminho das pedras, às vezes, é incandescente e implacável.
O caminho das pedras é viajar ao redor de estrelas, em órbitas longínquas, ou como cometas que sonhamos tocar com as mãos, mas que nos fogem. Sendo apenas alcançados por nossos satélites artificiais e comandados por bolts, bits e controles remotos. Imaginamos viagens de ida ou de volta nessas maravilhosas naves de pedras e gelo. Choramos quando explodem em seus periélios.
 E suspiramos com nossos corações de pedra, sobre esta pedra dourada, vermelha, negra. coberta de verde e de azul em diferentes densidades. Banhada pelo verde-lilás de seus próprios gases ionizados, que fosforescem em contacto com as ondas gravitacionais e raios cósmicos nas Auroras Boreal e Austral. As auras kirliangráficas de nossa maravilhosa e multicolorida pedra planeta Terra.
Brilhar assim também se torna. então, o caminho das pedras.
Mudar o  nível das marés, é o caminho da Lua, também feita de pedra.
Fazer que você faça desejos, é o caminho dos meteoritos, nossos lasers dos olhos divinos, raios de terror e anseio,   na história das espécies e dos inocentes pedidos adolescentes. Pedras conhecidas como estrelas cadentes. Mas ainda, pedras, em seus caminhos.
Eles ensinam os seus próprios caminhos feitos de pedra, como se fossem os caminhos das pedras.
Não!
Ouçam as pedras!
E que elas possam ensinar a cada um, não os caminhos que estão além de nossa compreensão, pois somos pedras moles, moldados por batias secas da água dura. Pura.
Devemos ouvir o eco das pedras, em nossos caminhos, muros , muralhas e pontes, e principalmente nas esculturas de pedra. No solo, na Lua, no Cérebro.
Para que possamos aprender nossos próprios caminhos, através do espaço e do tempo, conhecido por ter comido pedras e vomitado filhos, em nossas memórias.
. Para que um dia possamos entender nossa parte em toda essa beleza real, que não se parece em nada com nossa egocêntrica e desfocada estética humana.
A beleza natural das pedras. A natureza pulsante dos caminhos de tudo que existe. Das pedras, também.
E isso ninguém sabe, só as pedras, portanto, ninguém mais nos ensina.
Com as pedras aprendamos, enquanto é o tempo das pedras.
E enquanto elas não se cansam de nos carregar.

Lua




Lá vem a lua saindo,
Redonda como um tamanco.
Nesse mundo que é bonito,
Só pra quem tem algum no banco.

Vai uma estrela na frente.
Vai, como que guiando.
Vai contando piadas,
E a lua atrás, gargalhando.

Quando cheia como uma pizza,
Vê-se um cavalo no prato.
Um coelho , um sorriso,
Com uma piscada do lado

Outra noite, quando não veio,
Ouvi cantarem que ela traia.
Mas a cantora foi traída,
Pelo amado, que era do meio.

Mas qual não foi a surpresa,
Ao vê-la no céu noutro instante?
Rindo de ponta-cabeça,
da cantora, que rira antes.

Um prato, uma bola, uma pizza.
E a estrela, que sempre avisa,
Lá vem ela, de novo!
Quem é? Lhe dou uma pista:

Procure o nome da estrela,
E a história de quem era sua.
E encontrara os cantos de dor,
Da estrela planeta Vênus,
que era invejada, e até perseguida,


pela nossa vizinha , Lua.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Nulla da spiegarci.

Non  spiegarmi perché il cielo é blu.
Non spiegarmi perché la tristezza, in inglese, é blue.
Non spiegarmi perché l'oceano è salato como le lacrime, anche sono blu.
Tutto questo lo so da solo, perché non me lo spieghi con il tuo sguardo.
Ma quando ti vedo sospirare per una mancaza,
Allo stesso tempo che l'aria mi lascia il petto,
 Prendendo l'eco del mio cuore, come una bandiera.
Allo stesso modo.
Capisco quello che ascoltiamo del vento.
L'amore é blu.
E lo sappiamo.
Nulla da spiegarci.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A batalha final. (ou Na volta)

A vida é como uma sucessão de batalhas rumo ao fim de uma guerra.
Todos devem vencer todas,
 E ao fim,
 Com os espólios de uma vida vitoriosa , descansar no triunfo.
Cuide somente de identificar a última batalha.
Para que , vencendo a guerra cedo demais,
 Não te tornes um vencedor sem mais lutas a percorrer.
Faça durar algumas batalhas,
Principalmente, se perceber que está na luta decisiva.
Se possível , morra lutando.
E as derrotas?
Pense nisso na volta.

O enigma do copo meio cheio ou meio vazio

É um meio copo de alguma coisa. as pessoas deveriam se perguntar é : "meio cheio ou vazio de quê?", pois a parte cheia de água , por exemplo, estaria vazia de ar, enquanto a parte vazia de água estaria cheia de ar. E ainda com um pouco de detergente pode-se encher o copo todo com ambas as substâncias tornando-as bolhas de sabão.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

comentário no canal do PC , mas serve pra vc que está lendo. :)

eu sou um sucesso na minha distorcida e egocêntrica ótica. acho que esse é um dos principais motivos pra eu não ser um sucesso pros outros, acho que não pode se achar sucesso, tipo sem ter mil fãs e tals. e tbm acho tu um puta cara bem sucedido. mas a gente não tem que concordar com meu sucesso nem com o seu. :)

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

(pra não dizer que eu não expliquei por que dá errado.. (y) e como é que dá certo , onde dá certo. a natureza ajuda quem se ajuda. a humana tbm. D.ABC CAP 15423253126131543143315414 )

lutar contra a vontade humana que vai contra os planos idiotas das pessoas teimosas, é burrice em qualquer lugar do mundo.
vc não pode controlar o organismo humano senão através da própria vontade do indivíduo, pela conscientização.
e só funciona de fato se for pra benefício do próprio organismo humano. nunca funcionou pra interesse alheio a essa ecologia, e ao meu ver nunca vai funcionar.
pois o organismo humano é vivo, e por instinto irá sempre sabotar a execução de qualquer coisa que coloque em risco sua sobrevivência, sendo sua sanidade carente de drogas , religiões, subracionalidades e subterfúgios de acesso as camadas mais baixas e desconhecidas da mente, uma das mais ferrenhas fontes de resistência contra a manipulação racional e ignorante dos sentidos coletivos de percepção de desequilíbrio.
(pra não dizer que eu não expliquei por que dá errado.. (y) e como é que dá certo , onde dá certo. a natureza ajuda quem se ajuda. a humana tbm. D.ABC CAP 15423253126131543143315414 )

sábado, 3 de dezembro de 2016

APLAUSO


Era um mosquito que cantava muito bem. Ao tentar a sorte nos teatros, morreu no primeiro aplauso.
 (APLAUSO)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Regras são regras

A vida as vezes parece um jogo de raquetes, nas sombras de uma cortina de fumaça.
Você levanta um raquete de frescobol e as pessoas enxergam uma de tênis. 
vc saca por baixo, pra começar devagar, e recebe um monte de cortadas impossíveis de pegar.
vc olha. ri. e pensa:
 -Dez a zero , ganhei... - e vai embora rindo.
 e do outro lado da neblina turva, dizem :
- lá vai um parvo. que não sabe nem sacar nada , nem vai na bola, não faz um ponto, e ainda é mal perdedor... pois ignorou as linhas todo tempo. 

bem vindos

não venha pra esse planeta se quiser se sentir bem vindo.
te dirão que eras esperado, mas sempre que não és como esperavam. após terem certeza de que és você mesmo e não mudarás, te hostilizarão por não ter te tornado um deles.
o que são? humanos como tu.
mas tão alterados que já não reconhecem um quando o vêem, nem mesmo neles mesmos. e definitivamente , se esqueceram do que é ser humano, e tentarão a todo custo te desumanizar, como fizeram a todo o planeta.
Sim este costumava ser um planeta humano... Por pouco tempo, entre a era dos dinossauros e a dos desumanos, a era presente.
Se você se perceber aceito e adaptado, não és mais humano.
Não se aceitam humanos aqui.
ainda que continuem nos chamando...

e olhar o par nos olhos

Eu acredito na possibilidade de uma humanidade onde a dinâmica vise o coletivo sem anular a beleza da individualidade, pois o mundofeliz é assim. Nada além disso e nem aquém. Nem submeter o mundo à minha vontade nem me deixar desaparecer numa unicidade totalmente transcendente e destituída de mim mesmo. Dançar a dança e olhar o par nos olhos, e as vezes fechá-los e apenas girar.
escrevi isso em 01/12/ 2011. 

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Juízes frangos

A vida muitas vezes se mostra como um concurso de míster universo, em que todos da bancada são  não hipertróficos, pois são pessoas normais que estudaram anatomia, nutrição, educação física e medicina, ou fisioterapia. E patrocinadores, é claro.
 Não sabem o que seria "puxar um ferro" por horas, ou fazer dieta seca, nas épocas de competição.
Apesar de fracos, e não conhecerem a dor que a produz, sabem reconhecer a beleza dos que a conseguem elaborar melhor que eles. E não se julgam indignos de julgá-los sem esta parte essencial da experiência.
 Nem tentam. Sequer tem a glória daqueles críticos de arte que são artistas sem sucesso de público, mas reconhecidos em produzir e aferir bem o que seja sucesso no que fracassam. Estes não são invejosos, mas querem divulgar a boa arte, que gostariam de fazer, mas o destino e a fortuna legou a outros executar melhor e com mais público.
 Não são como frangos que julgam concursos de míster universo. Eu teria vergonha de fazê-lo. Como teria vergonha de julgar a poesia  de outrem fraca, se achasse minha própria poesia fraca, ou não dotada de inspiração real, a saber : as emoções, experiências, dores, orgulhos, vergonhas e amores reais que não mencionei enquanto escrevia. A raiva, o estupor, o espanto ante o próprio pensamento delirante.
"A arte, pra mim, é assim."

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Mas, e se...

Num universo de entropia e incerteza, as palavras que devemos ter mais cuidado ao usar são:
-mas, e se...
Pois cada realidade evocada , exigirá um desfecho. E se ela não for fértil e benéfica, mas estagnante e nociva, impedirá o solo de produzir novas possibilidades, condição necessária para que haja aferição das probabilidades. Não haverá então respiração para as raízes mortas se desfazerem de seus gases e acumular apenas o que é nocivo, mantendo a terra seca. Mas uma névoa morna  fétida, cinza e quente substituirá os prados e florestas antes verdejantes.
E a natureza das idéias , realidade da mente, realidade última do ser humano, produzirá algo parecido com chorume, com odor de enxofre e amônia, no lugar de água, e cheiro de chuva.
A ecologia das idéias é tão importante a saúde mental quanto a diversidade delas.
Equilibre sua selva, seja ela de metal , concreto , árvores ou idéias.
Não há permanência . Faça sua natureza durar o máximo, e ser o mais bela e harmoniosa possível.
Um pica-pau vai achar que bater a própria cabeça é felicidade.
Mas você não tem que ser um pica-pau, se não for um pica-pau.
"Mas, e se..."
Use, sim. E não há moderação.
Apenas use com responsabilidade, e seja cuidadoso com a realidade que cria.
Pode acabar com só você dentro dela.
Boa sorte.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Diálogo com a enfermeira do laboratório.

-vc tem um sotaque diferente.
-não. eu não tenho "um" sotaque. o fato de eu não ter sotaque igual ao seu faz vc pensar que tenho outro. Mas se perguntar para os que vivem onde cresci, saberá que também não falo como eles. Ainda que não fale totalmente como vc. :)
-tem razão, não posso dizer de onde é teu sotaque.
-como pode então dizer que tenho um, e que é diferente?
silêncio.

fINGINDO

eu olho essa gente toda e penso:
-o que será que eu estou fingindo que não sou?

terça-feira, 22 de novembro de 2016

SE FUDEU (OU, ", AINDA.")

A HUMANIDADE SE FUDEU QUANDO PAROU DE APRENDER A LEMBRAR COM AS CRIANÇAS O QUE ESQUECEU PARA CUIDAR DELAS... MAS PODE VOLTAR , AINDA.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

psiqué domada

Estou em um daqueles momentos da vida em que temos sete moedas comemorativas.(duas das para-olímpiadas), e nos sentimos verdadeiros vencedores na vida por tal proeza, em pleno dia 18 do mês.
Sim , são moedas de R$ 1,00 (uM rEAL).
nÃO É LInDO O pODER DE UM PUnHADO DE CoMEMORAçÕeS VÂS , mAS dE bEleZA POéTIcA E humAniSTA, Sem MuitO VALOr mONETÀRio , MaS PLENAS de sigNIFICADOS, quaNDO BeM REpReseNTAdoS , soBre NOSsa sINgELA E fráGIL PSiQUÉ DOMada?

psiqué domada

Estou em um daqueles momentos da vida em que temos sete moedas comemorativas.(duas das para-olímpiadas), e nos sentimos verdadeiros vencedores na vida por tal proeza, em pleno dia 18 do mês.
Sim , são moedas de R$ 1,00 (uM rEAL).
nÃO É LInDO O pODER DE UM PUnHADO DE CoMEMORAçÕeS VÂS , mAS dE bEleZA POéTIcA E humAniSTA, Sem MuitO VALOr mONETÀRio , MaS PLENAS de sigNIFICADOS, quaNDO BeM REpReseNTAdoS , soBre NOSsa sINgELA E fráGIL PSiQUÉ DOMada?

NON SENSE .

Cerveja só. maconha eu ia dizeno baseado no assunto.
vinho eu de cantina, da roça, com minha vodka ao lado,
quando ao avistar a praianinha, viu o velho barreiro num vat 69.
céu meio cinzano e mar meio martini, eu já em altas e outras ondas...
sem saber o que brindar,
gin...

mas tinha logan isso?
tennessee! jack daniel razão, so johny walker away,
eu viajei e fiz um muchocho: -run...
Idos de 88...
campari uma vida ca outra... é drurys...

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

QUANDO?

quando os(as) cara(s) que escreve(m) o texto(?) da vida(!) vai(ão) perceber que um monte de coisas da vida já perdeu a graça ?

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Kid

Conhece o Kid?
Que Kid?
Kidia Horrivis pra história da humanidade, parente do Kiano Horrivis pra nossa evolução planetária.
 É piada ruim, mas o Trump foi eleito, e meu dia não vai mal, então dá nota cinco aí pra realidade, hoje, e põe na minha conta. E escreve junto.
Sem graça e generoso, como todo apaixonado...

terça-feira, 8 de novembro de 2016

FLOR ROXA 2

AMAR É COMO SENTIR AS RAÍZES DE SUA PRÓPRIA VIDA DE PLANTA.
NÃO TEM QUE SE VER NADA.
SÓ SENTIR.
SE MANTER LIGADO AQUILO QUE COMEÇOU A SUA VIDA DE PLANTA E SENTIR ESSA LIGAÇÃO.
SER CONECTADO ASSIM A TODAS AS OUTRAS PLANTAS E A VIDA.
E PRINCIPALMENTE , NADA TEM A VER COM FLORES ROXAS E PERFUMES ATRAENTES.
ESTÁ MAIS PRÓXIMO DOS DECOMPOSITORES E DOS ESTRUMES QUE SE FIZERAM DE OUTROS AMORES MORTOS.
PERTO DAS MORTES QUE TE DERAM OS NUTRIENTES DA VIDA.
SALVANDO ÁGUA, AO INVÉS DE TROCAR GASES E ATRAIR POLINIZADORES.
AMOR É BATATA.

A vida numa caixa de música.


O piano é automático e frio.
Ninguém realmente toca pra bailarina dançar.
Ninguém se importa com a dança, ou com o brilho das suas vestes.
Ninguém se apieda de por quanto tempo ela está ali dançando.
Ninguém lhe dá nada , de fato.
Dão à caixa, e não dão de fato.
Apenas guardam ali, o que querem usar em alguma hora, se for um brilho novo.
 Ou pra nunca mais, se for algo quebrado, que por mero apego,
                                                                                  não foi pra sucata, ou para o refugo.
A bailarina fica, ainda assim, feliz.
Crê-se. Pois seu sorriso não mudou nada com o passar dos anos.
As vezes, na pressa de sair, nem a colocam pra rodar.
Ou por preguiça de dar corda.
A música velha , ainda que linda, sempre toca o mesmo tema.
Ninguém nunca pensa em colocar a bailarina pra dançar quando colocam músicas novas.
E quando chega o momento fatídico em que a bailarina, a corda, ou a própria caixa se quebra.
É apenas uma caixa.
É enfeite.
Não fará falta.
A tristeza é fraca e infantil.
Morre débil, rapidamente.
Natimorta tristeza.
Restou a música velha e eterna.
Mas ninguém se lembrará da bailarina quando a ouvir.
A música nunca foi dela, mesmo...

postagem do face

a maneira que eu vejo a vida é diferente. 
A pior coisa do mundo é quando fecha um boteco, ou um bar , pois representa que as pessoas do local não estão tendo grana nem para prazeres simples como beber um gole, enquanto ouve um som, come um tira-gosto, ou olha pra uma tv de canto de teto.
A segundo pior é quando abre uma igreja evangélica petencostal em cada esquina, pois representa que a esperança daquelas pessoas não está mais nesse mundo natural, mas no além sobrenatural. sequer nos pequenos e simples prazeres. sequer nesta vida. e agora sem os prazeres e na desesperança de ir pro céu. dão seu dinheiro pra algum hipócrita ou cínico(no mal sentido)
é muito triste essas duas coisas juntas. pior que abrir funerária e cemitério. é fechar bar e abrir igreja evangélica petencostal. eu sempre lamento...
Humanidade da Terra- Comunidade Carente.
na Igreja Quântica Do Mundofeliz De D. Astronauta Ben Caetano vai ter um bar. foda-se. :P

sábado, 5 de novembro de 2016

aos dois

Dou razão aos dois.
A saber: aos eus e aos nós.
Pois vós e eles, não são eus ou nós porque não querem,
E ainda por não serem, querem desfazer-nos,
 Como se, por não sendo nós , um vós,
Ou seja, um nós de vós, tivéssemos sido feitos por vós.
Pois creem que só os de vós fazem os nós de vós.
E que nós não nos fazemos a nós mesmos.
E assim teriam o direito de nos desfazer quando um de nós, sendo feitos de vós,
Um de vós não nos tornássemos , ou ao menos não nos confundíssemos com tal coisa.
Por serem idênticas , é óbvio.
Posto que somos todos nós, e quando vistos por nós a nos diferenciar de vós.
Mesmo que vós sejam eles, ou deles.
Não por aparência, mas por atitude, tal é atitude dos que consideram-nos não nós, a despeito do desejo legítimo, ao menos para nós, de que todos os nós, ou ao menos os eus, sejam  todos um nós, ainda que feito de muitos eus.
 O que nem ao menos isto vós quereis ser.
Tal é nossa única diferença.
Eu sou a diferença.
Se você também sabe-se um eu, você entende.
Também assim a diferença se torna.
Mesmo dentro do seu nós.
E mesmo que seja de vós.
Não és deles , por ainda ser seu o eu.
Se você não é como eles, que não se sabem mais eus.
Você ainda tem razão.
Você tem razão e não está sozinho com seus eus.
Há um nós.
E aos eus e aos nós damos razão.
Mas nunca a vós, que não são eus.
E é obvio, nunca a eles.

VIVO E RINDO

O D. Astronauta vivo,
assombra o mundofudido,
causando riso,
enquanto o ilumina o Mundofeliz,
rindo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Isso não se diz assim, aqui!

Eu queria ter sotaque.
Sim , queria muito.
Eu me lembro de quando tinha.
Era confortável. Demorava pra que chegasse no problema de ser ou não ser humano.
Dava tempo de aprender algo e de socializar com os que eram de casa.
Já reparou que o sotaque de casa é igualzinho?
As pessoas falam todas igualzinho quando vivem juntas.
É até bonito escutar, assim sem prestar atenção, sem saber quem é quem, nem o que estão dizendo.
-Menenené?... Mené? meneéé menené... Menenene! -Sem entender nada sabe, só ouvindo aquela musiquinha de família comendo e fofocando a vida sem maldade.
Que saudade.
Como agora ao longe , em  uma mesa de restaurante, ou comendo em um parque ou shoping.
Houve um tempo em que eu falava como meus irmãos.
E meus irmãos falavam diferentemente da maneira que falam hoje.
E nós todos falávamos da mesma maneira, menos minha mãe, que era de outro estado.
Hoje já penso que ninguém tem sotaque depois de certa idade.
Tem é personagem, e personagem até o sotaque é falso.
 Para mim, nem tem.
Detesto sotaque falso.
Amo sotaque verdadeiro e a maneira como as pessoas que amam seu sotaque dizem:
-Isso não se diz assim, aqui!
E de como falam todas as mesmas coisas.
De como falam todas iguais.
De como falam o nós entre eles.
Mas não eu.
Eu viajei demais.
 Ainda que sempre ache que foi pouco,
E sempre saiba de quem viajou menos e mais que eu.
Quem viveu na estrada e quem morreu na primeira viajem.
Eu viajei mais que todos, pois perdi o sotaque.
Dizem que isso até é viajar errado.
E que é por isso que as vezes eu preciso viajar para o passado até chorar, ou quase.
Pra ouvir de novo minha voz com sotaque.
Pra voltar a falar e ouvir o nós falado junto.
Mas agora só ouço o tempo todo:
-Isso  não se diz assim , aqui!
(e são todos estranhamente como minha mãe, não importando o sotaque que tenham.)

terça-feira, 1 de novembro de 2016

PASSAR O DIA NA IGREJA

Prefiro passar o dia na minha igreja sozinho que ter que admitir as fezes do mundo no meu nariz por mais tempo que sou obrigado. São muitas fezes... na minha igreja se harmonizam , mas no mundo geram guerras. Não gosto de caminhar por entre a guerra que vai na Terra desde todas as eras. Vou lá quando preciso ou precisam, e nem eu nem eles temos mais tanta necessidade uns dos outros. Acho que a humanidade está amadurecendo... 

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dê uma pedrada na utopia.


Se a utopia corre, dê-lhe uma pedrada.
Mas pra derrubar , mesmo. 
Depois você faz aquele choque no peito e tals,
E aí, ressuscita-a.
Então quando ela estiver se reabilitando, explique que era pro bem dela, 
Que se não parasse de correr não aconteceria tudo isso que uniu vocês e tals.
É assim que a realidade faz.
Só que a utopia sempre morre, 
Ou fica com deficiências colaterais definitivas.
Como os paraísos onde houve revolução...
Mas sem pedrada,
Sem utopia.
(inspirado em Eduardo Galeano, e nos meus pés machucados)

domingo, 30 de outubro de 2016

tÍTULO DA pOSTAGEM: NÃO IMPORTA, AGORA: É MENTIRA.

síntese da vida moderna: esqueça o título da obra . seja lá qual for a obra. (y) nunca é sobre aquilo.  O tÍTULO DA pOSTAGEM: NÃO IMPORTA, AGORA: É MENTIRA.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Conselho de alguém aos jovens (como eu ahahahahahahaha!)

A  vós que estão entrando em um mundo muito velho, e não sabem como se comportar. Dou meu conselho grátis:
- Não entrem resolutos contra nada, nem se levantem rápido demais contra nada, mesmo que pareça certo, ou ínfimo, ou ambos (o que tornaria tal artigo quase irresistível).
-Pois mundos muito velhos estão sempre apoiados quase que inteiramente em impasses muito velhos e muito pequenos, à primeira vista, mas que sempre despertam a cobiça de grandes poderes, de que mudando pequenas coisas poderiam por fim a um impasse, que por ser muito antigo tornou-se muito grande e valioso, para quem o desfizesse.
-Entra-se então em guerras muito antigas de egos muito bem estruturados e 'paz-cientes', que esperam por tempos 'in-imagináveis' para ver um movimento ínfimo, mas 'ópiortuno'. E assim sorvendo-os, criarem relevância do passado na memória do tempo, o que dá imediatamente relevância em toda linha 'consecquiente' .
-Ao se levantar contra qualquer coisa num mundo muito velho, consegue-se imediatamente mais aliados e inimigos do que se deseja ou imagina. Se tiver passado do tempo de seguir o primeiro conselho, tente observar este:
-Aprenda a recusar aliados e inimigos de maneira clara. Não por medo, ou por respeito prévio, mas pro preguiça profilática; É bom saber quanto trabalho dá pra manter uma relação de 'ini-amizade', antes de iniciar uma. E esperar paz-cientemente pelo momento certo de começar uma ou outra coisa. (Num mundo muito velho, pois só aí isso é possível)

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Das oito as dez.

Eu escrevo essas linhas com o único lápis de cor sem cor, da caixa de lápis de cor. Pois entre os doze não havia nenhum branco.
Se houvesse, escreveria o mesmo, embora fosse parecer o contrário, ou nada.
Eu tenho de oito as dez para viver plenamente. Quatros horas úteis e saudáveis, e vinte sobrando.
Pois antes das oito e depois das dez não é um bom horário. É cedo ou tarde.
Pois antes, é silêncio e preparo.
E depois é sol  forte e cancerígeno.
Até as doze, almoço bom.
Depois , requentado para os fracos.
E até quatro e vinte é novamente espera e preparo. E novamente, se bem que agora, tranquilamente até o melhor da noite, as oito.
Essa é a hora da verdade. Pode-se fazer som, espetáculo, jantar, exposição.
Depois vem a deliciosa subversão do tempo, até as três.
Para acordar ou dormir.
Até o melhor do dia. Novamente.
Das oito as dez.

sábado, 22 de outubro de 2016

ruim pra escrever

Só pra constar . Eu acho essa realidade ruim pra escrever ( sobre essa realidade ou sobre outras, ou sobre fantasias até). A gente esbarra sempre no medo dos outros. As vezes nem não consigo terminar minhas histórias. Todo mundo se estressa e estressa a gente. Se fosse pra dar uma nota hoje , seria 4. faltando um ou dois até pra ficar na média. E admiro muito mais os que conseguem terminar uma fantasia pro carnaval. Pois eu levo uma vida e não consigo terminar uma história, as vezes... Uma bosta... ahahahahahahahahahahahahahahahahaha! Mas no #mundofeliz a gente não escreve nada. Só conta as histórias. Nunca esquecemos, e nunca lembramos atôa. Memória é coisa muito séria no mundofeliz... aqui é merda, ninguém liga. Perdem , mudam , e até apagam um monte. Acham que a informação não vai faltar depois. Não sabem que cada uma é peça de quebra cabeças. Ou tem todas, ou não dá pra fazer um brinquedo, sequer. #Mundofudido é sempre faltando pedaço de memória, com photoshop e edição da vergonha , da culpa, da dor. No mundofeliz a gente guarda tudo pra poder rir depois...

terça-feira, 18 de outubro de 2016

!ahahahahahahahahahaha! No comeiço.

Meu nome é Astronauta.
Eu ri no comeiço e rirei no fim.
(que é o co-mei-ço, mas tem cara de fim)
ahahahahahahahahahahahahaha!

Tato (2)

Tudo é tato
E nada
Assim se toca
Tudo
E nada.
Toca
Aqui,
Agora.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Lúnia, a mulher gorila.

Em 1989, eu estava passeando por uma festa julina ,em São Gonçalo, no bairro do Jardim Alcãntara, que era perto da minha casa uns dois quilômetros, mas como era um bairro onde tinha amigos e as meninas eram muito bonitas, lá estava eu três vezes por semana.
Festa julina, era porque em São Gonçalo, minha cidade natal e onde morei , infelizmente, por pouco tempo, todo mundo adora  festas de inverno. E festas com temáticas católicas e comidas típicas até setembro, se a quadrilha não ficar pronta no feriado, ou se a grana da rua não der . O importante é as crianças ficarem felizes e terem sua quadrilha pra tirar foto e paquerar inocentemente. E a quadrilha psicodélica , que é para os um pouco maiores seja divertida. Eu mesmo dançava nesta, depois que fiz quinze anos.
A festa julina do Jardim Alcântara , naquele ano estava chique. Havia um mini parque de diversões com carrosséis e também auto-pista, ou carrinho bate-bate, que é como chamávamos os mini automóveis movido a energia elétrica no chão e no teto.
 E entre outras atrações, tinha Lúnia, a mulher gorila, com aquelas pinturas que tentam ser realistas, mas ficam entre o surrealismo, expressionismo e a psicodelia dos quadros de Arnaldo Batista, do lado de fora, com o  nome e o bordão em letras derretentes e garrafais.  Tão impressionante era o chamado do locutor no momento que olhei para o nome na entrada, que comprei o ingresso e entrei no impulso. Na escuridão do local onde a platéia ficava em pé e espremida, eu ouvia ainda o chamado meio gritado, mas num ritmo pulsante:
-Lúnia! Lúnia! A mulher gorila! Venham, senhoras e senhores ver a Oitava maravilha da Terra! Vinda das selvas africanas para seu terror e espanto!
Lembrava que a imagem da mulher na placa era branca, ao lado da imagem desenhada, mal, muito mal, mas com muito capricho nos tons de cinza e preto, da gorila em que ela se transformaria. Penso hoje em dia em todas as questões raciais e do porque raios a mulher africana daquele espetáculo não era negra, como meu avô, minha tia avó, meu pai e meus tios, todos descendentes diretos do habitantes do continente africano. Aliás como é toda a raça humana, a priore. Mas naquela idade , eu não questionava nada. Apenas estava curioso com como uma mulher poderia se transformar em gorila, fosse ela de que continente fosse , ou de que etnia.
 Eu já era uma figura estranha, meio grunge, mas me julgando alternativo. O que em terras de pagodes e funks não é lá muito atraente. Então as pessoa não olhavam muito pra mim, apesar do cabelo crescendo em formato de pinheiro, repartido de lado. Com meu casaco de flanela, calças jeans e tênis rainha , imitação de redley de duas cores, que era moda, e eu até achava legal, mas eu achava caro, comprava o igual, de marca melhor e mais barato, por não ser moda , na época. Mas ainda assim , olhavam o fato de eu não estar propriamente de redley, uma estranha ofensa pessoal. Estava invisível na penumbra.
 De repente as luzes se acenderam, mas só dentro de uma jaula , de onde surgiu a mulher branca e sorridente, vestida de véus. Separada de nós por poucos passos e finalmente as grades. E o locutor começou novamente.
- Senhoras e senhores , boa noite! Essa bela mulher exótica que vocês vêem a sua frente não está em uma jaula sem motivo. Ela  é Lúnia, uma princesa africana que tem a incrível habilidade de se transformar em gorila! Foi encontrada nas selvas por seus pais, e depois de descoberta por cientistas foi levada a Europa, de onde adaptando sua vida e sua estranha condição, agora nos acompanha em nosso parque de diversões.
 Lúnia sorria. Estava de biquini, mas aqueles biquinis grandes, com lantejoulas e brilhos. Em sua cabeça havia um fino arranjo com plumas, em um penteado cheio de ondas e que ninguém olhava, pois ficavam presos , como eu mesmo estava, à beleza e ao encanto da mulher que levemente acenava com a mão esquerda.
-Lúnia- continuou- não tem completo controle sobre sua mutação, necessitando viver trancada em seu trailler, que fica atrás desse palco. Vivendo da renda dessas pequenas apresentações, já que não pode trabalhar livre na sociedade, por motivos que serão verificados pelos senhores espectadores.
 -A música tem uma estranha influência sobre ela, causando alterações de humor , e finalmente , ao se usar as notas certas , tem-se a transformação final. Peço aos senhores que não se aproximem demais da jaula neste momento.
 E ao acabar de dizer isso, surgiu no canto oposto ao da jaula um homem bem vestido e portando um estranho instrumento de sopro. Ao chegar, Lúnia já o olhou com um olhar estranho de medo e submissão, e estremeceu de leve ao abaixar os olhos para o instrumento em suas mãos. Ao levá-lo a boca , na penumbra, não era possível sequer ver do que era feito , ou como era tocado, aquilo que soava entre uma flauta e um gemido, e que poderia até mesmo seu um ruído feito pela voz daquele homem, ou todas essas coisas juntas. Já nas primeiras notas ela se contorceu estranhamente, como se dançasse, mas não por vontade, mas para fugir da música que a dilacerava e mudava por dentro. Aumentando em ritmo e volume, a flauta prosseguia, até que ela começou a se agitar como uma fera, e se despir do véus sobre as pernas, levando os homens a assobiar. Começou a desarrumar o cabelo, que antes ostentava tão bem penteado, e que logo desapareceria sob a pele  da gorila, enquanto a luz diminuía, e ela gritava na  jaula. O músico fez um floreio com a flauta enquanto o locutor dizia:
-Reparem nos dentes que crescem!- chamando nosso olhar a se desviar do corpo feminino, para observar a mulher mostrando uma arcada dentaria disforme e com caninos crescendo.- E os pêlos nas suas costas antes angelicais! A luz fraca e as sobras do homem tocando, tornavam o truque realmente impressionante.
 Os homens , que antes estavam assobiando e dizendo obscenidades, agora estavam calados e com olhos arregalados, e soltavam pequenos gritos junto com os gritos da mulheres, quanto mais a gorila tomasse o lugar na imagem dentro da jaula.
 Agora a música estava calma, a a gorila estava totalmente transformada e respirava pesadamente, arremessando um urro que vinha da jaula, e dançando lentamente.
-Reparem senhores e senhoras, que quando a música fica calma, a gorila também fica, e se o seu amado músico continuar tocando assim, ela irá dormir e amanhã acordará novamente uma mulher!
 Mas mal ele dizia isso , e entrou um rapaz com um rádio de pilha por trás da platéia, tocando alto "Como vovó já dizia", do Raul Seixas , bem na hora do solo da flauta da serpente!
  A música irritou a gorila que começou a bater na jaula! O locutor gritava. O músico amado parou de tocar e foi segurar a grade da jaula, sendo arremessado contra a parede oposta do recinto, de onde viera.
-A grade se soltou!- Alguém gritou .
-Calma, Lúnia! Calma Lúnia! - gritava o locutor, enquanto a gorila pulava por cima da grade caída em direção a platéia! Que começou a correr com gado para a porta e na direção do cara com rádio, e com o Raulzito ainda tocando alto! A gorila gritando berrava que nem um homem, e o povo se atropelava.
 Eu estava na extremidade do canto dentro, do lado oposto da porta de saída , agora apinhada, então enquanto a multidão de uns cinquenta, que tinha ali passava pelo funil, estranhamente saí do pânico, dei um passo na direção que estava, ao invés de ir com a turba, sentei no canto, e  via aquilo se desfazendo na entrada, aos sons dos gritos da platéia, do locutor , do cara do rádio, e até do músico amante, que levantou e correu junto com a gorila.
 Quando todos saíram, ficaram só os três e eu no cantinho quieto , o locutor não aparecia. Eles riam e faziam uma dancinha de mundofeliz!
-Beleza- disse o cara do rádio, desligando o Rauzito.-Tava lotado! Lavamos a égua!
 A gorila tirou a máscara e era outro cara, barbudo, mas nem mulher nem gorila.  Se abraçou também festejando com o músico, quando finalmente olharam para o canto que eu estava.
-Ô rapá! Tu não correu não? ahahahahahahahahahahaha! Corre pirralho! E saiu correndo pro meu lado com os outros dois.
Passei por eles correndo, pois o cara com roupa de gorila me deu medo. Tava com um cheiro forte de cachaça. Imagino que não deve ser fácil ser a mulher gorila do parque.
Corri, passei por eles, abaixei e peguei o rádio no chão. Ainda correndo , liguei o Rauzito de novo. Agora já rindo, mais alto que eles pelo dinheiro. Xingando, e mostrando o dedo médio, enquanto descia a rua central do Jardim Alcântara.
-"Quem não tem colírio , usa óculos escuros... Hare Krishnaaa Hare Krishnaaaa..."
E foi minha primeira fita do Raul. Uma coletânea, daquelas bem piratinhas e com as músicas cortadas com fade out, pra economizar e enganar os fãs do cassete. Ainda bem que foi barata. Custou uma olhada para  Lúnia, por poucos cruzados, e imensos segredos. E veio com um rádio de brinde.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Nos nós da nóz.

Deus existiu.
Viu , desviu.
Fez e desfez.
Desistiu e desexistiu.
Mas nos deixou os nós. (para Cairo Trindade e Stephen Hawking) Nei nodi della noce Dio é esistito. Ha visto, e disvisto Ha fato e disfatto Ha dato e disesistito, Ma ci a lasciato il nodi . (Tradução por Francesca Lavanna :) ) <3 font="">

domingo, 9 de outubro de 2016

cedo demais

Meus heróis morreram, não todos de overdose. mas todos tiveram isso em comum. eles forçavam a realidade pra frente, dançando com a velocidade , o tempo e a música da vida.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Seja ajudante do impossível

Nunca diga que algo é impossível, apenas não atrapalhe quem está fazendo e já poderá ser contado como ajudante...

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

SENTIDOS

Comecei a ser feliz , no dia que percebi que eu apreciava os corpos , mas amava as mentes . E que me apaixonava apenas pelos sentidos. Pois os corpos e as mentes nos dão sensações apenas através deles.

domingo, 2 de outubro de 2016

Queria... :)

Queria muito ser visto, mas sequer mando nisto.

sábado, 1 de outubro de 2016

A raso

As vezes acho que fiquei bom.
As vezes, acho que perdi a razão ,
Em algum lugar, Em algum tempo,
ou para alguém, Que tinha ainda menos razão que eu,
Mas estava completamente certo, ao meu ver.
Então lhe dei razão.
Arrazoei por ele.
Me tornei a razão para ele perder a razão,
e aí, me arrasei.
Foi um A raso.
O mergulho seria lindo.
Tentando voar,
Batendo asas, rindo.
Mas era raso.
Acebei findo no raso.
Acabou-se o mundo, arrasado.
E fui ao fundo.
Seguindo o naso,
Foi, ao fim do prazo,
Um arraso, Mas no fundo do raso.