quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O amigo enganador

Eu te engano, ás vezes.
Mas, não como os que se enganam.
Que pensam que, de todo, te podem enganar.
Sei que um dia não mais se enganarás.
E já conheço essa parte tua.
Não és todo enganável
E então para mim olharás e verás que
                                               não me enganei.
Nesse dia verás que és igual a mim.
E não mais poderás ser assim
Enganado por ninguém.
Nem por mim, nem por você.
 E se você for tão bom quanto eu.
Nunca mais se crerá enganador de todo.
Mas saberá:
-Na verdade, eu nunca enganei ninguém,
 Nem, de todo, a ninguém enganarei ,
Mas só um pouco,
Como meu amigo fez comigo.

 Para que por um tempo
 Pare de se enganar.
 Para que descubra o seu e o meu engano.
Não digo
Que não mais me enganarei,
Ou a você.
Ou, da mesma forma,
 Que você não mais se enganará.
Mas que, dessa forma
Quando nos enganarmos,
Nos enganaremos juntos.
E saberemos quando.
Diminuindo a extensão
 E o limite de ação do engano
A nós mesmos.
Enquanto devagar
Aumentamos seu alcance
Pelo seu conhecimento
De nós mesmos
Através de nosso maior engano
O de chamarmos ao enganador
Amigo.

Para você, que é meu melhor amigo
                       e meu maior  enganador:
                           Eu.

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