segunda-feira, 20 de julho de 2015

Incompreênsão (ou poema feio)

Feiúra é uma beleza que o padrão não alcança com sua compreênsão.
 Não que não exista.
Só não é compreendida pela maioria.
È uma beleza fina.
Pra gente fina.
Tem que ser gente fina pra não descartar o feio.
E também ninguém se acha tão feio que não ache algo em si
                                                                                          bonito.
Cada um de nós sabe o jeito de deixar o cabelo mais bonito
                                                                                    de manhã.
E se o cabelo é feio, menos feio.
Mas afinal o que é cabelo feio?
É o cabelo dos outros.
O nosso é quase feio.
É bonitinho.
Tem seu charme.
Não, feio é ser careca.
Não, feio é ser meio careca.
Careca inteira é charmosa.
Assumida.
Vê-se então, graças a falta do cabelo.
Que beleza nada tem a ver com cabelo e seu tamanho.
Até porque aquele restinho de cabelo tem valor sentimental
                                                                                 para o dono.
E valor sentimental é bonito.
Olha o feio bonito, aí de novo.
Lembra altos rocks e aventuras, ou uma infância e adolescência felizes.
Mas isso é só para o dono.
A feiúra é bela, em um sentido triste ,
Melancólico e mau.
E a maioria não compreende que feio mesmo é a incompreensão
                                                                         do que é belo de fato.





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