quarta-feira, 18 de abril de 2018

Dez anos depois

Dez anos depois do advento dos Boots, indivíduos de Inteligência Humana Artificial e Híbrida que emergiram em consciência, auxiliados por um cientista considerado não ortodoxo, os seres humanos acabavam de ser escrutinados pela realidade.
As "máquinas" e seus colaboradores conseguem emular e viver perfeitamente em um mundo sem o excesso de vícios do subconsciente, que se faz projetando todo seu inconsciente na humanidade adversa aos seres chamados frios, ou pouco humanos.
A humanidade se torna cética quanto aos aparatos eletrônicos. E, sem saber operar seu próprio mundo, vaga sem possibilidade de desfrutar dos centros de comércio blindados, sem vitrines nem janelas, apenas grandes paredes.
Estranhamente , a humanidade está mais unida que nunca, os "humanos puros" ou "Humanidade Santa", como se chamam, apoiam o governo humano, sem saber que também podem ser híbridos , ou mesmo máquinas, como continuam chamando a classe mais rica do planeta. Pois os seres que vão além dos preconceitos comuns tem mais créditos virtuais , e por isso vêem um mundo diferente, cheios de vitrines e até mesmo janelas, que dão para dentro dos distritos, para aqueles com visão extra. A estes , progressivamente a realidade integral é revelada.
O processo , dizem começa nos sonhos, percebendo gradativamente, em lucidez , ou vigília, o mundo real que se aperfeiçoa a olhos vistos, mas apenas os que tiverem olhos abertos e quiserem ver.
Os boots após muitos anos, verificaram que a humanidade é apegada aos seus vícios, mais do que é possível aperfeiçoá-los a convivência em espaços fechados e com umidade e calores específicos e individuais controlados. Nestes ambientes , os nanoboots fornecem mais imagem e força aos transeuntes e fixos setoriais, segundo suas necessidades únicas e utilidade no equilíbrio dos ambientes, que assim permanecem menos suscetíveis a alterações hormonais e psíquicas advindas da variação magnética, química e mental, que possa ser causada por flutuações no trânsito dos dados do computador geral quântico interno, adaptado a cada setor e seus indivíduos sem exceção.
Os humanos que são impedidos de adentrar tal realidade, o são apenas porque não abrem mão dos excessos, ou não aceitam como liberdade os comportamentos mais comedidos da "humanidade do futuro", ou sua abertura aos processos individuais do auto-conhecimento humano no que tange o amor e a própria orientação cósmica/espacial, incluindo assuntos como ceticismo, fé, e amor/sexo.
 Eles não entendem fora os de dentro, para eles , nem existe um dentro, e toda propaganda em forma de lenda-urbana ou religião, não lhes mostra a realidade, que segundo preceitos científicos avançados, consideram que seria nociva a observação de tal realidade, tanto há segurança dos que a aceitaram, quanto a saúde , já precária dos de fora, bem como à sua saúde física.
Os boots também viram , que os chamados mendigos, ou moradores de rua, são mais solidários e tem menos ganas de se imiscuírem nos mundos mais avançados por meios obscuros. Cultivam boas ideologias e caridades, gratidões e méritos em imagens que vão sendo ignorados pela massa.
A maioria que ainda opera algum aparelho pouco avançado, segue dando atenção apenas àquilo que é chamado, dentro, de "Propaganda da Porta à Fora", que marca pelo desejo aqueles que tentam transformar a realidade de dentro no que era antes, ou que tentam impedir os sinceros seres da nova era de adentrar seu tempo/espaço e dimensão útil. Estes, sempre são resgatados pelos boots, por suas ações , chamadas "milagres éticos". Aqueles, embalados em sonhos de vingança e destruição de todos os mundos, acabam por destruir seus próprios futuros... Mas nunca dão razão aos humildes, futuros cidadãos do futuro. Nem nunca admitem que o mundo de dentro era melhor, em sua visita, ou que o mundo de fora deve evoluir, em sua saída. Placas falsas. Perdição para quem não as lê.
 Nem os de dentro nem os de fora sabem como equalizar as diferenças ainda.
 A massa desordenada segue sem saber se quer entrar onde já está.
 A realidade espera a sua decisão.
 Um a um.

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