terça-feira, 23 de março de 2010

Com o dedo na areia

-Lá vem eles novamente. Agora com uma mulher. Dizem que ela adulterou e agora deve morrer. Ela deve morrer? Apedrejada? É mesmo , é o que diz a Lei...
O povo atiraria pedras que partiriam deles em direção a ela.
Para longe deles, em cima dela. Eles atiram porque ela errou contra o marido, contra eles , contra o universo , contra Deus.
E agora deve recebera dor da consequência.
E o sentido da pedra, para longe deles. Quem? O povo.
O universo também lançou tudo de si. Deus lançou tudo de si. Para longe. Em direçaõ ao nada, à tudo, a Deus.
Lançar o pecado, tudo, de onde saiu tudo, de Deus , do homem, daquela mulher.
Mas eles também vão lançados. Sobre uma pedra (planeta) que segue outros sólidos (astros).
Igualmente lançados no universo.
Estão segurando pedras , mas estão sobre pedras. Como o pecado não pode estar sem outro maior e este sobre muitos , que são pecados deles, do planeta, da galáxia, do universo, de Deus.
Mas o que eles querem? Se livrar do pecado? Mas eles mesmos são pecados! pedras que atiram pedras sobre pedras! Deuses que atiram Deuses sobre Deuses!
Tirou o dedo da arei e se levantou com uma pedra na mão, como a todos os outros.
Mas deixou a pedra cair sobre a Terra, sobre si e sobre eles, sobre o universo e sobre Deus.
E disse:
-Aquele que não tiver pecados que atire a primeira pedra.
Então as pessoas viram sua própria dureza, que eles mesmos eram pedras, pecados, peso e também deixaram-se cair pelo chão.
Naquele dia ninguém atirou pedras. Nem ele, nem eles , nem a Terra, nem o universo. Naquele momento, nem Deus.

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