Dizem que a pele é o maior orgão do corpo humano,
pra mim depende do ponto de vista...
A cozinha estava uma bagunça, Panelas sujas se amontonado e o cheiro do mofo dos restos de comida, que tinham no mínimo duas semanas ali. Baratas por companhia e zumbido de moscas como música.
Otávio era a imagem da depressão, barba crescendo e olhar perdido no horizonte de azulejo na parede. Estava assim a alguns dias.
Virou o último gole daquela garrafa que fora sua companheira de derrota toda aquela noite e Caminhou para o banheiro pelo corredor do apartamento, que tinha roupas sujas pelo chão e manchas de bebida, que teriam caído numa dessas idas e vindas bêbado da sala pro quarto, só para dormir ou ver tv.
Ao chegar à pia, abriu o armário de espelho e viu a fuga, um frasco de calmante fortissímo.Com o tanto de alcool que tava no sangue ia morrer dormindo.
Encheu a mão de comprimidos e fechou a porta do armário.
Foi quando viu no espelho seu próprio reflexo. Estava sem camisa e tinha a pele muito branca,com poucas manchas maiores, e quase sem sardas tbm...
Tinha agora um olhar que se assemelharia, num desenho, a uma lãmpada acesa sobre a cabeça.
Jogou os comprimidos na pia e foi para a cozinha.
O telefone tocou.Era Patrícia,seu amor platônico.
Platõnico porque Otávio era muito exigente. E não com os outros mas consigo mesmo. Achava que não era bom o bastante para ela.E no crítério que formulou pra isso tinha toda a razão.
Patrícia era riquissíma e ele ainda humilde.ela era bem sucedida em sua carreira e ele, bem,não estava em depressão atôa...
-Oi? Otavio?
-Oi paty.
- Cara tõ tentando falar com você faz dias!!!
conitinua...
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